quarta-feira, novembro 24, 2010

Produtos em Série X Produtos Artesanais


Homem tem que ser musculoso da cintura pra cima, as pernas finas, usar blusas apertadas e calças folgadas (na verdade a calça é compatível com a camisa… mas num tem é com o que encher mesmo): Isso é ser bonito. Beber. beber, beber até cair, vomitar, ser carregado, inconsciente, inconseqüente, arrogante. Mulher é um brinquedo, um objeto sexual, manipulavel, divertido e descartável: Isso é ser irresistível. Não tem que entender de nada além de futebol ( música, teatro, flores, literatura são coisas insignificantes e dispensáveis). Entender de futebol e falar muita, mas muita mesmo, bobagem, incoerência, estupidez e ignorância: Isso é ser o legal. Bater nos mais fracos, humilhar quem tiver menor poder aquisitivo, contar quantas mulheres “pegou”, e fazer até apostas entre os demais patetas, para saber quem “pega mais”,. Reduzir as mulheres a números e contar vantagem publicamente: Isso é ser engraçado. Homens, todos iguais, sempre o mesmo físico, o mesmo espírito… enfim, mesma embalagem e inútil conteúdo. Homens produzidos em série.
Nesse capitalismo social, que espaço tem os românticos? Aqueles que se preocupam com o sentimento feminino acima de tudo? Aqueles que gostam de música, teatro, flores, literatura? Aqueles que, ao invés de “Teus corne é shows”, é capaz de recitar os melhores sonetos, dos melhores poetas?
Quem dá mais (ou pelo menos alguma coisa) pelos homens artesanais? Produzidos um a um, portanto poucos, mas com embalagem original, feita com muita apreço e amor, e conteúdo amplo e vasto, que o simples deslacrar pode abrir um universo diante do teu olhar, menina. Nobres amantes, homens das serenatas, do amigo violão, em que corpo da mulher amada (pois, sim, eles amam) nas mãos é jóia mais preciosa e cobiçada, que teu prazer vale imensuravelmente mais que a mais intensa ejaculação. Seres capazes de devolver ou fazer nascer em cada mulher a certeza do Amor. Pobres artesanais: simples, únicos, desvalorizados, mas sempre a espera de um mundo onde o Amor valha mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário