quinta-feira, setembro 30, 2010

Na primeira manhã que te perdi  Acordei mais cansado que sozinho
Como um conde falando aos passarinhos  Como uma bumba-meu-boi sem capitão
E gemi como geme o arvoredo Como a brisa descendo das colinas
Como quem perde o prumo e desatina Como um boi no meio da multidão
Na segunda manhã que te perdi Era tarde demais pra ser sozinho Cruzei ruas, estradas e caminhos Como um carro correndo em contramão Pelo canto da boca num sussurro
Fiz um canto demente, absurdo O lamento noturno dos viúvos
Como um gato gemendo no porão Solidão.

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