quarta-feira, novembro 10, 2010

Do alto da colina

por J.H.B.L.
Perdoe-me Deus, pois, não sou feliz. Sei que o Senhor me fez à sua imagem e semelhança. Sei que os profetas estão a nos guiar, apesar, de nunca ter sido guiado por eles. Mas Deus, o Senhor colocou-nos de costa para o precipício, como posso viver carregando o peso incapacitante da certeza da morte. Imagino que o senhor tenha feito tão pesado fardo apenas para que não nos tornássemos orgulhosos, quem sabe? Já não seria muita honra ter sua semelhança quando pela manhã, iluminados por um Sol, que se apagará após inúmeras auroras na mesma certeza da vela que se apaga com o precipitar da idade ou da tragédia, olhamos de relance, vendo um rosto: feminino, masculino ou desfigurado pelos infortúnios do cotidiano. A tragédia diária que colhe meus irmãos, Deus?
Olho para o céu querendo achar respostas, mas enquanto a cerração não se dissipa, ela perturba minha mente.
De tanto olhar e não encontrar, Ele se tornou ele. Em nossas tragédias, o tirânico empalidecer das faces com nossa carne caindo nas profundezas frias da solidão. Pois não há nada além de onde à vista alcança. Irei ver a morte do Sol em meu último dia, pois o Sol parte com cada homem.

Um  texto super lindo,tirado do blog 'Do outro lado da clina'
vale á pena ler.


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