"Sou de paz, a guerra eu travo comigo, tenho nos meus sonhos meus grandes amigos, e uma fé que não me larga mais...e em tudo que eu acredito,consigo.

Sou feita de quedas e vôos, de céus e de cais, do que arde e queima mas também do que agracia e aconchega, do que é proteção e abrigo, mas também do que é perigo....tenho em mim os doce e os sais... herois e bandidos....o que é perene e o que é fulgaz.

Coitados dos que pensam que sou só sorrisos...

Tenho marcas de vida que insisto em manter escondidas... amores impossíveis, susceptíveis falhas, cascatas de desacertos que me jogam montanha a baixo... sou feita de tentativas vãs, um amontoado de quedas, de breves fracassos, mas com força nos braços sigo, e tento carregar o mundo , viver segundo após segundo, como nunca mais.

A mesma mão que me afaga, me esbofeteia, a mesma mão que acalenta , me castiga... mas eu quero sobre em mim a mão da vida, perpe(ta)tuar a vida em cada polo, em cada poro... querer da vida sempre mais… com todos seus gracejos , com todos os seus lamentos de tantos ais...

Eu quero sobre mim a mão da vida... cravar em minha pele as suas DIGITAIS!"

(Erikah Azzevedo)